"Poeta, não é somente o que escreve, é aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso."
Agradecemos aos poetas que aqui cantaram, declamaram, transformaram, com o corpo, movimento em poesia e aos que simplesmente aqui se emocionaram.
Tamer e Mariana: acrobacia no tecido
Marina e Stella
músicas:
Kiss Me (Six Pence None The Richer)
Tchubaruba (Mallu Magalhães)
Marina: violão
Stella: voz e violão
João
Pedro
música: Amor Maior (Jota Quest)
Moro em parati
embora lula presidente
aqui quem manda é o polvo
fruto do mar é a gente.
Gosto de perna de moça
Sai de banda baiacu
Olhudo eu mostro linguado
Mando lamber sururu
Visto casaco de ferro
Toco meu cação viola
Não sou de fugir da arraia
Sou cascudo feito santola
Quero ser seu namorado
Não fique assim tão bicuda
Venha cá maria mole
Meu cação anjo te ajuda.
Pindá pra mim seu gudião
que bate qual cação martelo
não sou mais siri cagão
feito marlim do amarelo
Peragica um pouquinho
Deixa eu ficar mais bonito
Seu coração vou robalo
Com o terno do João Zé gonguito.
Mira não vá embora
Pela trilha da baquara
Se for leve meu galo
Minha espada na bandola.
Vamos andar de chicharro
Dançar na salambiguara
Depois chame seu sargo
Pra cavalgar de cavala
Minha bela prejereba
Só pra você tiro o xaréu
Nesse teu olho de boi
Pregoaí meu coração no céu.
Em terra de Corcoroca
Quem tem escama é peixe-reis
Peixe agulha não se invoca
Em malha de fio japonês.
Eu sei que sou carapau
Um mero cabeça de bagre
Mas não cangulo desaforo
De porco nem roncador
Não vá ouvir imbetara
Que dona cambeva falou
Ela só faz sororoca
De peixe trabalhador.
Vá pra minha casa
Guivira à esquerda
Vendo a casa do tainha
Tu cambira pra direita
Pergunte pra dona caranha
Onde mora tal pescador
eu tiúna pampo pampo
Tô com saudade canhanha!
Moro em parati
Embora lula presidente
Aqui quem manda é o polvo
Fruto do mar é a gente.
moluscos e crustáceos geralmente encontrados
nas peixarias de Paraty.
Esta poesia de Flávio Araújo está no seu livro Zangareio que foi lançado pelo Selo Off Flip em 2008.
Gil Jorge
Navalha
Falsas manhãs na minha janela
"palhaços das perdidas ilusões"
Penso como você pensa e me mata
Espelho, espelho, espelho...
Notas dedilhadas na guitarra
Me agarro em sombras, em fumaças
Em meu maço de cigarros...
O tempo me lava a alma
Linda criatura!
Tua carne crua
Navalha, navalha, navalha...
Todo deus é cruel, todo anjo é terrível
eu não creio em nada, em nenhum mito,
Minto, minto muito, descaradamente,
Nada pode me salvar, talvez a tua carne crua,
Linda criatura,
Navalha, navalha, navalha...
Algumas verdades ditas em silêncio
E uma certa ilusão de que chove lá fora
Em que todo tempo é suspenso
Penso
Sem memória
Espelho, espelho, espelho...
Navalha, navalha, navalha...
Gil compartilha estas e outras poesias em sua página no Facebook:
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Rodrigo Passos
Minhas asas
Ando não mais atoa.
Falo,falo e nunca expiro.
Olho para o lado.
Vazio e consciente
estão todos a me esperar.
Que se rompam as partes
íntimas e idéias mascaradas
repousem em camas ja arrumadas.
Não quero sua armadura
que inibe os poros e intorpece a alma.
Estarei sempre com minha cara limpa
pronto ao primeiro tapa.
Pois a manhã que me alcança me acaricia
com os ditames de uma livre causa.
Eu e eu mesmo e o que sobrou
de algumas tempestuosas voltas.
Ao interior de homem que em mim guerreavam
atrás de vãs vitorias.
Foram tantas as amantes que me instigararam.
Mas trilhas foram e são necessarias.
Há verdades que me insultam.
Mas vivo e viverei sempre com minhas asas.
Indefeso
Estou cansado.
me faltam palavras.
e as que ficaram,
partiram em silênciosa revoada.
Tentei exprimir a lágrima
que corre no papel
e diante dos anseios
me calo e não me ouso
É estranha emoção
que ensaia uma prece...
Uma prece que vem do final de mim.
E indefeso em meu castelo
abrigo uma mentira.
Que sussurra em meus ouvidos
em tom de alegria
embalando os sonho que esqueci.
Estou cansado!
Neuroses
Meia-noite.
não consigo dormir.
Estou em vários lugares.
perdido em vários momentos.
Pessoas estão sonhando.
Outras deixaram de sonhar.
Sempre há pesadelo.
Sombra projetada na parede
de joelhos.
Várias vezes tentei ouvir o silêncio
nas neurose das minhas idéias.
Lá fora cães latem furiosos,
talvez espantando o mal
que intimamente estou chamando.
Sozinho,ouço o palpitar
estranho, descompassado do meu coração.
Fui tomar água, mas estava suja
assim como meuS desejos.
Nunca acreditei na moralidade dos seus olhos
nem na astúcia dos seus modos.
Mas mesmo assim me entrego
como víciado num prazer momentâneo
do corpo.
Rodrigo Passos
"Sou Paratiense(RJ) tenho 29 anos, e gosto de escrever, mas acreditem não me considero poeta, não tenho técnica de um poeta, mas sinto como poeta e transmito ao leitor minha subjetividade, não domino a gramática, tiro das palavras a essência que preciso, necessito extravasar pequenas partes de mim presas ao longo da minha caminhada e a poesia proporciona isso."
http://www.rodrigo7passos.blogspot.com/
Henrique Armengol
Música: Odisséia Humana (Enrique)
Enrique participou este ano do XIV Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande com a música "As Canções Que Eu Sei Cantar" uma parceria com Flávio Araújo e ficou entre as seis finalistas.
No Myspace: http://www.myspace.com/enriquearmengol
Enrique e Julio
música: Dos Gardênias (Isolina Carillo)
Enrique: violão
Júlio: voz
Júlio é artesão, trabalha com madrepérola e prata.
É também um ótimo cozinheiro da gastronomia peruana e neste sarau além de nos encantar com sua bela voz nos ajudou, com todo seu alto astral, atendendo no bar.
Luis tocou e cantou músicas de Luis Calamaro
Giva
Improvisação com tambor: Sítio Teva
Enrique e Bruno em uma Jam Session